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sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

4 TRILIÕES DE DÓLARES
É QUANTO A EUROPA DEVE AOS 

ESTADOS UNIDOS E NINGUÉM FALA NISSO!!!

Há tempos ouvi na televisão, Durão Barroso afirmar que a Europa devia 4 triliões de dólares aos Estados Unidos.
A forma como o fez, quase como se fosse um desabafo, deve ter passado despercebido á maioria dos espectadores.
O que para nós se torna estranho, é nem sequer os economistas ou os habituais comentadores de serviço,  terem-se referido a este facto,  que consideramos de importância crucial.
Apesar de nós estarmos relativamente atentos ao se passa no plano das finanças, dada a enorme dimensão da crise em que Portugal está envolvido, estranhámos imenso, nunca ter ouvido falar desse facto, nem qualquer referência na imprensa diária ou especializada, a que limitadamente temos acesso.
Não fora eu próprio ter ouvido Durão Barroso, poderia pensar que tal afirmação não passava de um boato.
Se Durão Barroso já não diz coisa com coisa, é outra hipótese.
E atrevo-me a dizer isto, porque a senhora Merkel já se permite afirmar, que quem defende os Eurobonds (tão queridos ao nosso compatriota), não sabe do que está a falar e é a Durão Barroso,  de certeza, que se quer referir.
Outra explicação que encontro para esse silêncio geral, é tal afirmação ter sido considerada embaraçosa para os “Euro-Mercosys” e como tal ter passado à categoria daquilo a que politicamente se designa de “lapsus linguae”.
No entanto, permito-me ir um pouco mais longe e fazer uma dedução que me parece lógica.
Como todos sabemos, a crise do “subprime” foi resolvida, temporariamente achamos nós, pela banca norte-americana, lançando no mercado bancário interno triliões de dólares em dinheiro electrónico, descendo a taxa de fundos federais 5,25 % para 2% e a taxa de juro cobrada aos bancos comerciais e outras instituições (chamada taxa de desconto) reduzida de 5,75% para 2,25%, para estabilizar (artificialmente!!!) o mercado financeiro interno.
No entanto como o mercado europeu está muito interligado com o americano, o contágio para a Europa deu-se através de bancos e fundos que operavam no segmento do “subprime”, que até aí tinha sido extremamente rentável e atractivo.
Em Portugal, várias entidades negociavam nessa área, nomeadamente os bancos BPN, o Barclays, o Banco Best, o Banco Big e numerosos fundos, bem como própria Caixa Geral de Depósitos, embora na altura viesse a publico afirmar, que o seu envolvimento era muito pequeno.
Tal como em Portugal, os efeitos do “subprime” fizeram-se sentir por toda a Europa em maior ou menor grau.
A Irlanda foi uma das que mais sofreu, dado o seu profundo envolvimento nestas negociatas, cujo artificial sucesso financeiro na altura, a davam como país de “trabalho” e exemplar desenvolvimento,  a ser imitado.
Bem nos lembramos disso!!!
Também as instituições bancárias da Islândia, esse pequeno país de 320 000 habitantes com a área de 103 000 km², foi utilizada pela Inglaterra e pela França, nessas manobras especulativas, ao total arrepio da população local. A reacção exemplar desse povo, ainda hoje faz correr muita tinta, pois apesar das ameaças de sabotagem económica, em sucessivos referendos, negaram-se a pagar o roubo, que os seus bancos tinham sido alvo.
Os países credores, certamente para evitar o malfadado “risco sistémico” (lembram-se do BPN???), já lhes estão reduzindo a dívida, os juros, idem, aspas aspas, e os prazos de pagamento a níveis tais, que só falta pedirem perdão, para que através de mais um referendo dos muitos que já fizeram, lhes ser possível salvar a face.
No resto da Europa, os efeitos nocivos não foram menores.
Uma coisa é certa, nunca tivemos ocasião de ver contabilizados qualquer valor, do quanto tenha custado à Europa a roubalheira levada a cabo pelas organizações financeiras americanas, com aquelas manobras fraudulentas do “subprime”.
Contudo, apesar de ser uma reconhecida fraude financeira, é inevitável que tenha de ser paga, as dívidas contraídas, para aquisição daqueles ardilosos “fundos de investimento monetário”.
A crise na Europa foi-se insinuando inicialmente muito suavemente e só quando o povo grego se revoltou com os sacrifícios que lhes estavam a ser exigidos, se percebeu que Portugal ia a seguir. Hoje não restam dúvidas, que nenhum país europeu está fora da crise. A própria Itália, quarta maior economia na Europa, já está a pagar juros de dívida a dois anos, superiores a 7 %, valor por todos considerado impossível de solver.
É aqui que entra a importância que atribuímos á afirmação do “lapsus linguae”, inconfidência, indiscrição, bisbiolhotice ou seja lá o que lhe quiserem chamar, á declaração de Durão Barroso, sobre a dívida de 4 triliões de dólares aos Estados Unidos.
E essa declaração é tão importante, porque é nela que reside quanto a nós, a génese da crise com que se debate a Europa.
Primeiro, foram os que tinham as economias e reservas de dólares mais frágeis. Estão neste caso em primeiro lugar a Grécia e Portugal e no segundo a Irlanda. A seguir foram atingidos por ordem de grandeza, os que mais investiram e sofreram com as funestas sequelas da fraude do “subprime”, como é o caso da Itália. A nossa vizinha Espanha, parece “ser o senhor que se segue”.
A Bélgica, a França e a própria Alemanha, já estão a pôr as “barbas de molho”, porque não é possível em condições normais, fazer frente a uma dívida da dimensão referida por Durão Barroso.
O Banco Europeu embora tenha algumas semelhanças com a Reserva Federal americana, pelo facto de também ser composto por um conjunto de bancos, as regras de emissão de moeda é muito diferente. No caso europeu, a diversidade de soberanias e respectivas Constituições, o antagonismo dos interesses económicos, a falta de uniformidade nas regras financeiras, são para o Banco Central Europeu um entrave inultrapassável.
Nos Estados Unidos, pelo contrário, com a sua unidade Constitucional e uniformidade de interesses, as regras para a emissão de moeda estão simplificadas, emitem a quantidade de moeda que quiserem, com pouquíssimas restrições.
A origem e consequências dessa facilidade de decisão, não cabe agora discutir.
A realidade a que assistimos, é que os Estados Unidos, utilizando esse artifício financeiro, aliado ao seu poder económico quase hegemónico, pode dar-se ao luxo de importar muitas das coisas que necessitam, sem custos, ao ritmo de 1.250.000 dólares por hora.
O seu déficit oficial já é de 16.5 triliões de dólares.
Lembramos mais uma vez, que pode avaliar permanentemente o valor do crescimento desse déficit,  no quadro azul com relógio que publicamos no fundo deste Blogue.
(Clicando na coluna da esquerda onde diz "Mas" a imagem passa para o valor do déficit americano)
Actualmente o dólar, porque é a moeda de referência internacional e integra grande parte das reservas bancárias internacionais, obriga os países a creditar fornecimentos e comprar os dólares que precisam.
Qualquer nação que necessite comprar petróleo ou gaz, precisa na maior parte dos casos, de dólares para os adquirir.
Essa é também uma das grandes preocupações europeias, na medida em que consta que escasseiam os dólares por cá, o que constitui mais um argumento para considerarmos que essa falta se fica a dever á liquidação das dívidas contraídas com o caso “subprime”.
Se esta realidade se confirmar em breve se colocaria á Europa, o risco de não poder adquirir os combustíveis necessários ao funcionamento da sua economia.
Não será outra a razão, por que os Estados Unidos através da sua Reserva Federal (FED, o banco central dos EUA), já anunciou ontem que vai emitir dólares, para garantir através do Banco Central Europeu (BCE) liquidez nos bancos europeus.
Os bancos centrais de Canadá, Reino Unido, Japão e Suíça, também acordaram em dar uma ajuda e vão reduzir o custo das linhas existentes de “swap” de dólar (operações com a moeda) em 0,5 pontos percentuais, a partir do próximo dia 5 de Dezembro.
Curiosamente estas medidas que reduzirão o custo das operações entre esses bancos centrais, fará com que os dólares sejam mais baratos para estes bancos, que para os próprios bancos americanos.
O que faz confusão, é saber-se de ciência feita, que emitir moeda SEM SUSTENTAÇÃO, os reflexos inflacionistas na economia, são trágicos e o povo é que vai pagar.
Aliás Passos Coelho já deixou bem claro no seu discurso, que não será só o povo… as classes médias vão ser igualmente vítimas das medidas que o seu governo vai tomar!

É PRECISO NÃO TER VERGONHA!!!
 
ATÉ QUANDO OS EXPLORADOS DESTE PAÍS, 

VÃO CONSENTIR EM CONTINUAR A SÊ-LO???

1 comentário:

cid simoes disse...

Um grande abraço caro amigo e camarada. Os banksters estão em guerra e o mexilhão é que se lixa.